No estudo Childhood Cancer Survivor Study, o Dr. Gregory T. Armstrong e colaboradores relataram que crianças que sobrevivem ao câncer têm um aumento na incidência de neoplasias subsequentes (NSs). Aquelas que sobrevivem à primeira neoplasia subsequente (NS1) se mantêm em risco de desenvolver novas neoplasias subsequentes múltiplas.
O estudo foi publicado no The Journal of Clinical Oncology e mostra que de um total de 14.358 sobreviventes de câncer infantil (por cinco anos), foram realizadas análises em 1.382 sobreviventes com uma neoplasia subsequente. A incidência cumulativa de uma segunda neoplasia subseqüente (NS2), seja maligna, seja benigna, foi calculada.
Um total de 1.382 sobreviventes (9,6%) desenvolveram uma SN1, dos quais 386 (27,9%) desenvolveram uma SN2. Daqueles com uma SN2, 153 (39,6%) desenvolveram mais de duas NSs. A incidência cumulativa de SN2 foi de 46,9%, 20 anos após a SN1. A incidência cumulativa de SN2 entre sobreviventes expostos à radiação foi de 41,3%, 15 anos após, em comparação com 25,7% para aqueles não tratados com radiação. Sobreviventes expostos à radiação que desenvolveram uma NS1 de câncer de pele não melanoma (NMSC) tiveram uma incidência cumulativa de NSs malignas de 20,3%, em 15 anos, em comparação com apenas 10,7% daqueles expostos à radiação e cuja SN1 foi uma NS maligna invasiva (excluindo-se o câncer de pele não melanoma).
O presente estudo conclui que NSs múltiplas são comuns entre os sobreviventes de um câncer infantil com o passar dos anos. Uma NS1 de câncer de pele não melanoma identifica uma população com alto risco de NS maligna invasiva. Sobreviventes não expostos à radiação que desenvolvem várias NSs representam uma população de interesse para o estudo da suscetibilidade genética para neoplasias.
Fonte: Journal of Clinical Oncology, publicação online de 27 de junho de 2011